segunda-feira, 23 de maio de 2011

"O que é saudade" por Miron Biazus Leal

Saudade em singelas palavras nada mais é que um estado de espírito, um animus involuntário enjeitado pela psique humana, através de lembranças e ou recordações de pessoas, coisas, lugares, etc.
Esses dias acordei e ainda deitado pensei: “que saudade que tenho da LU. . . Ser esbarrante, do Rafa...meu brother, da Aninha... Darling,  da Vani... Corinthiana, enfim de todos que fazem parte do curso de letras. Como gostaria de estar mais próximo, estar lá”.
Passei o dia todo remoendo este sentimento e no final da tarde, saltou aos meus olhos, os seguintes argumentos: O que é a saudade? Como se forma? Como se reproduz? Qual a função dela.
Em razão destas indagações iniciei minha jornada, e tive como primeiro passo e lição a investigação da palavra saudade.
Conforme o dicionário Michaelis, a palavra Saudade vem do latim - lat solitate (solidão), que apresenta seu significado como Recordação nostálgica e suave de pessoas ou coisas distantes, ou de coisas passadas. Nostalgia.
Instigado pelo significado gramatical, passei a pesquisar, qual o contexto social e psicológico da saudade, ou seja, para uma pessoa ou para um grupo/coletivo.
Na visão da Antropologia, Mauro Guilherme Pinheiro Koury, Traduz[1] a Saudade como:
“o sentimento de recordação de algo ou alguém querido que se encontre distante ou perdido é um sentimento comum a todas as sociedades e grupos humanos e a toda pessoa individualizada. As formas de como é sentido ou cultuado varia de acordo com o simbolismo de cada cultura específica, seja ela de uma sociedade em geral, ou de instituições de uma mesma sociedade. A forma de sentir saudade ou o conjunto de emoções a ela incorporado varia socialmente e culturalmente e essas variações são assimiladas de forma inconsciente pelos indivíduos que fazem parte (por adesão ou por nascimento) dessa instituição e sociedade”
Já na visão da Psicologia, a psicoterapeuta Olga Inês Tessari, compreende:
“saudade é um sentimento que faz parte da natureza humana, que se manifesta em algum momento da vida e está relacionada a pessoas, fatos ou situações vivenciadas no passado.”

É de comum consenso que não existe homem ou mulher, criança ou velho que nunca se pegou pensando em alguém, algo ou lugar que fez parte do passado, sentindo a dor e o alivio pela jornada já percorrida.
Em tamanhas buscas e descobertas, percebi que estava no meio do caminho, pois acabara de encontrando o significado material da palavra saudade, mas não conseguia internalizá-la, projetá-la no sentido abstrato, perdendo-a, como areia por entre os dedos em pleno deserto
Frustrado e a ponto de desistir das buscas intrínsecas sobre saudade me deparei com as palavras sagradas dos IMORTAIS, que em suas trajetórias, viveram a saudade intensamente, descrevendo-a:
“Saudade é um sentimento que quando não cabe no coração, escorre pelos olhos.(Bob Marley)
Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida. (Clarice Lispector)
...Saudade é amar um passado que ainda não passou,
É recusar um presente que nos machuca,
É não ver o futuro que nos convida... (Pablo Neruda)
Sentimos saudade de certos momentos da nossa vida e de certos momentos de pessoas que passaram por ela. (Carlos Drummond de Andrade)
De longe te hei de amar- da tranqüila distância em que o amor é saudade e o desejo, constância. (Cecília Meireles)”

Em profunda reflexão, passei a compreender que a saudade não é sombra ou luz, mas sim força anima a alma do mais desiludido dos homens. Que não podemos ver ou tocar a saudade, mas sua presença é sentida e percebida no seu todo, inclusive as suas minúcias. Que sua atuação inicialmente é devastadora, pois adentra no campo de batalha dos sentimos como leões enfurecidos, mas são frágeis como cristal, pois com simples “oi” de voz amiga, ou o som de “Daquela música” ou o cheiro de determinado perfume, transforma-se em simples bichanos brincando com uma bola de lã na beira da lareira.
Mesmo repleto de profunda alegria, sentia que o caminho estava quase chegado ao fim, pois, faltava compreender qual a real função da Saudade?
Instantaneamente ao indagar sobre a função da Saudade, fui imediatamente projetado ao início da jornada, onde conseguia ver-me deitado e pensando: “saudade (...)” e concomitantemente ecoou uma linda e suave voz que dizia: “Você não me vê e muitas vezes não me ouve, mas sou eu a fiel companheira que dá sentido a SAUDADE ... prazer me chamo AMOR”.

3 comentários:

  1. Mirooooooooooooooooooon!!!! Vem matar a saudade da gente logo! (Lu)

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  2. Vanessa Borella da Ross24 de maio de 2011 às 07:50

    A Van Santista =) Saudade sempre bate, eu tento é bater nela! Beijos MIRON!

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