A amizade em estado de alerta
A amizade é uma simpatia, uma afeição que mantemos por alguém. A palavra “amizade” é definida pelo dicionário como “fiel afeição, simpatia,
estima ou ternura entre as pessoas que geralmente não estão ligadas por laços de família”. É a aproximação que se estabelece voluntariamente, fora do laço familiar.
Facilmente podemos perceber que o sentimento que trazemos por um amigo, muitas vezes, é tão grande quanto outros que experimentamos com os nossos parentes. Dessa maneira, não hesitaremos em fazer dessa pessoa uma fiel depositária dos nossos sonhos, nossos projetos de vida; somos capazes de partilhar nossas necessidades, dores, crises e, se acaso durante uma conversa ou um desabafo chegarmos às lágrimas, temos a certeza do amparo dessa pessoa.
A nossa afeição por alguém especial gera uma cumplicidade e, quanto maior for a confiança mútua, tanto maior será o enriquecimento de nossos relacionamentos com ele. Sentimo-nos amados e por isso desejamos também corresponder a esse amor, manifestando o nosso carinho. Quem conquistou uma verdadeira amizade deposita confiança e acredita na integridade do amigo a ponto de destacar suas qualidades, tecendo elogios entre outras pessoas conhecidas que fazem parte do seu convívio social.
Depois da nossa primeira comunidade, a família, a amizade é um jardim onde germinam todos os outros tipos de sentimentos. A partir desse primeiro nível de relacionamento, outros sentimentos poderão se desenvolver. Foi a partir de uma sincera amizade que muitos casais desenvolveram o relacionamento de um namoro. Embora possam surgir algumas desavenças, uma amizade verdadeira resistirá a situações de dificuldade. Pois os amigos não estão livres de enfrentar suas crises, que poderão ser grandes desafios dentro desse tipo de relacionamento.
Assim como estamos sujeitos aos deslizes de comportamento, nossos amigos também estarão passíveis a outros. Se a confiança mútua enriquece e fortalece nossos vínculos, a desconfiança nos faz ficar em constante “estado de alerta”, especialmente para quem foi vítima de tal abuso. Uma vez desconfiados, como poderemos partilhar aquilo que consideramos importante com alguém que rompeu um tratado de “fidelidade”, aproveitando-se da nossa fragilidade?
Verdadeiras amizades se constroem na base de nobres atitudes e, para viver a cumplicidade necessária dentro de qualquer relacionamento, a confiança e a prudência nos ajudarão a conquistar o verdadeiro sentido da participação de alguém em nossa
vida.
Nossos relacionamentos são vias de mão dupla: assim como não queremos ser traídos em nossas amizades, devemos, da mesma maneira, atentar-nos
para que nenhum de nossos amigos utilize como escudo a desconfiança para se relacionar conosco.
Todos nós precisamos de AMIGOS DE VERDADE E NÃO DE JUÍZES!
( Texto extraído do Livro: “Relações Sadias – Laços Duradouros” de Dado Moura)
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